quarta-feira, 22 de abril de 2015

Como iniciar um projeto no AcSELerator QuickSet, da SEL - Schweitzer Engineering Laboratories

O AcSELerator QuickSet é o software para configuração dos ajustes, lógicas e demais parâmetros dos IEDs da SEL. Moderno e poderoso, feito por um dos líderes mundiais em termos de equipamentos de proteção e controle aplicado aos sistemas de subestações, possui alguns recursos essenciais para o gerenciamento dos projetos que envolvam produtos SEL. 

Primeiro é necessário criar uma base de dados, que receberá os IEDs e servirá para organizar os projetos. Para isso, a ação é bastante simples:

Clique em File / Database Manager


Na tela que surge, clicar em New


Deve-se atribuir um nome e uma pasta de destino para a nova base que está sendo criada.


Pronto! Simples assim. A extensão do arquivo é a *.rdb

Vejamos agora como inserir um relé nesta base que acabamos de criar. Essa tarefa pode ser feita de duas maneiras, a Online e a Offline. Para a primeira, é necessário conhecer o IP do dispositivo e para a segunda, conhecer o Part Number, que especifica algumas características do IED que se quer usar, como quantidade de portas, entradas e saídas, tensões de alimentação, entre outras.

No modo Online, clica-se conforme a figura abaixo:


Depois especifica-se o IP e usa-se a opção Telnet. Caso ainda não tenha digitado as senhas, seguem abaixo.


Com estes passos, o QuickSet irá tentar se comunicar com o relé e caso haja sucesso, abrirá a tela para início das configurações. (Esta tela irei mostrar depois das dicas para o modo Offline).

Lembrando que o seu computador deverá estar na mesma rede que o IED.

Já no modo Offline, clica-se em New na tela principal


Depois escolhe-se o IED que se quer trabalhar, bem como seu modelo e versão de firmware.


Com o IED selecionado, que neste caso de exemplo usei um SEL 421, surgirá a tela para a configuração do Part Number, onde cada item corresponde a uma característica do IED.


Com tudo informado, o QuickSet irá disponibilizar a interface de parametrização do nosso 421.


Devemos salvar e atribuir um nome ao relé recém-criado.


A partir dos procedimentos acima, é possível ir aumentando a quantidade de IEDs no projeto e iniciar as parametrizações. Como existem várias dicas importantes e que merecem atenção especial para estes próximos passos, farei um post dedicado a estes ajustes.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

IEC 61850: O padrão para automação de subestações

Há muitos anos que os fabricantes e integradores vinham enfrentando diversos desafios de compatibilizar processos e equipamentos em sistemas de subestações, já que cada um deles desenvolvia sua própria linguagem e isso, em muitos casos, tornava impossível o convívio destes dispositivos. Exigia, e exige ainda em alguns casos, a utilização de conversores de protocolos ou unidades de distribuição de dados para que haja o funcionamento adequado dos componentes de um determinado sistema de automação.

O IEC (International Electrotechnical Comission) e o EPRI (Electrical Power Research Institute), na década de 90, criaram então a norma IEC 61850 tendo como um dos principais objetivos a Interoperabilidade, que é a habilidade de dois ou mais IEDs (Intelligent Electronic Devices) de um mesmo ou de diferentes fabricantes, trocarem informações de forma direta e cooperativa.

É uma norma bastante complexa, que abrange todas as áreas dos sistemas de subestações. Estão previstos pontos dos equipamentos de campo (disjuntores, seccionadoras, etc), bem como os pontos de proteção e controle, Os sistemas supervisórios também se integram perfeitamente, aquisitando os dados diretamente das fontes de informações, minimizando os defeitos devido a componentes a partir de agora desnecessários.

Esta é a subdivisão da norma. São dez partes, que descrevem tudo o que se precisa para a padronização.



Existem alguns conceitos importantes que valem a pena explicarmos:


Server (Servidor): Este é o primeiro estágio associado a um dispositivo no padrão 61850. Contém o endereço de rede e dados básicos para que haja a diferenciação dos demais componentes;

Logical Device (Dispositivo Lógico): É aquele aonde estão agrupadas as informações de um determinado IED, como o Vão ou Bay, quais são as funções ativadas e quais pontos serão disponibilizados e adquiridos do sistema;

Logical Node (Nó lógico): Aqui estão classificadas todas as funções dos sistemas de subestações. São aproximadamente 90 nós lógicos. Alguns exemplos:

PDIS: Proteção de Distância
PDIF: Proteção Diferencial
RBRF: Proteção de Falha de Disjuntor
PTOC: Proteção de Sobrecorrente Temporizada
RREC: Religamento Automático
MMXU: Medição
XCBR: Disjuntor
CSWI: Seccionadora
TCTR: Transformador de Corrente
TVTR: Transformador de Potencial

Data (Dado): Pode ser uma grandeza de um valor analógico ou o estado de um ponto digital, tipo um valor de corrente de uma determinada fase ou uma posição de um disjuntor.

Attribute (Atributo): Aqui está o valor propriamente dito. Aproveitando o exemplo acima, seria X Ampère ou Disjuntor "Aberto".

Esta é só uma introdução, abordando alguns conceitos. Em breve postarei sobre as principais extensões de arquivos e algumas topologias de sistemas digitais que utilizam o 61850 como padrão.



segunda-feira, 6 de abril de 2015

Conhecendo o DIGSI 4.87 - Siemens

Algumas vezes publicarei posts contendo o conhecimento básico das funcionalidades de algum software e suas principais características.

Hoje trago informações sobre o DIGSI 4.87, da Siemens. É um programa poderoso, onde é possível criar e configurar relés e sistemas, PLCs, entre outros. Ajustes, lógicas, comunicação entre os IEDs, edição de displays e o gerenciamento dos dispositivos são feitos de forma integrada, facilitando o trabalho dos engenheiros e técnicos.

O programa está dividido em DIGSI Manager, DIGSI, Simatic CFC, IEC 61850 Station e Display Editor. Vejamos alguns detalhes de cada um:


DIGSI Manager : É o ambiente onde são criados a topologia do projeto e os equipamentos a serem utilizados. É o ponto de partida para o acesso à algum dispositivo em particular ou para algum dos demais softwares do pacote.



DIGSI : É o local onde são configurados os parâmetros dos relés, capturados dados de ocorrências e realizadas leituras de grandezas. São disponibilizadas informações sobre o estado atual do relé, quais foram as últimas faltas, oscilografias, log de eventos, entre outros.



Simatic CFC (Continuous Function Chart) : É o software utilizado para a criação e edição dos blocos lógicos, aplicados às funções de proteção e controle dos relés. É ligado diretamente com o DIGSI, através da Matriz de configuração.



Display Editor: Software para edição de telas ref. aos diagramas unifilares, medições e comandos dos equipamentos protegidos. Pode-se criar uma réplica do unifilar da SE onde encontra-se o equipamento, facilitando a compreensão do operador ou do mantenedor na hora da intervenção. Este recurso está disponível em alguns modelos apenas.



IEC 61850 Station: Seção que permite configurar as comunicações entre IEDs usando a norma 61850 como padrão. É o local para atribuir as ligações entre pontos de controle e proteção, otimizando os recursos da subestação e o tempo de desenvolvimento do projeto.



Com esses softwares, é possível gerenciar todos os dispositivos Siemens em uma instalação. Nas próximas postagens trago mais detalhes sobre cada um desses recursos.

domingo, 8 de março de 2015

Como adicionar um relé Siemens em um projeto DIGSI?

Cada software desse segmento possui uma particularidade em relação a esse tópico. 

No DIGSI, é relativamente simples para incluirmos um novo dispositivo em um projeto. É bastante comum precisarmos realizar esse procedimento em obras, comissionamentos ou até em bancadas, pois é o caminho para que tenhamos total acesso aos ajustes e configurações dos relés.

Há uma seleção de telas que registra todos os passos necessários até a conclusão da tarefa. Vejamos:

Passo 1: Anotar o MLFB (Código do Produto)


Esse código consta na lateral do dispositivo e nos informa as características de hardware do mesmo. Vou usar para o nosso exemplo um relé 7SJ64, com o seguinte código: 7SJ64255EB921FA0. Com isso feito, precisamos dizer ao DIGSI qual é o nosso equipamento. Fazemos isso através do caminho mostrado na tela abaixo:


Passo 2: Escolher o dispositivo

Com esse passo, o DIGSI vai abrir uma biblioteca chamada " Device Catalog ", que contém todos os relés disponíveis. Navegamos até o relé que queremos e adicionamos ao projeto. Vamos usar o Relé 7SJ642, V.4.7 . Depois que localizamos o relé, clicamos e arrastamos para a área de trabalho do DIGSI.


Passo 3: Digitar o MLFB

A ação anterior vai abrir uma tela chamada "Properties", onde iremos digitar o MLFB anotado. É simples e de compreensão rápida. Basta informar números e letras na mesma sequência encontrada no relé.


Pronto! Seu relé está pronto para ser parametrizado conforme a aplicação.

Um pouco sobre a caixa de testes F6150, da Doble Engineering.

A tarefa de verificar a funcionalidade de um relé de proteção nos dias de hoje está bastante simplificada devido às facilidades oferecidas por esses dispositivos conhecidos como Caixas de Testes. Estas permitem simular as inúmeras condições de falta em que o relé estaria submetido quando em operação, bem como implementar recursos do controle do bay, como contatos de disjuntores, chaves de seleção, entre outros, credibilizando os relatórios dos testes.

Uma dessas caixas responde pelo nome de F6150, da Doble Engineering. Possui design simples, 16 contatos para interface de controle (8 entradas e 8 saídas), fonte auxiliar DC(48,125 ou 250VDC), capacidade de sincronização por GPS para partida simultânea em 2 terminais, comunicação com o notebook de controle por Ethernet, envio e recebimento de mensagens GOOSE, entre outros recursos.

Pode ser controlada através, basicamente, de 2 softwares. Um é chamado de "Painel de Controle" e o outro é conhecido como "F6 Test". Estes possuem características distintas quanto aos objetivos. O primeiro possui interface mais simples e é utilizado para conferir a correta ligação da bancada ou ainda fazer alguns testes menos elaborados de pickup´s.


Já o F6 Test permite utilizar uma estrutura similar à navegação de pastas do Windows para organizar a base de dados, dividindo os testes por bay, por relé, por tipo de relés, como o usuário preferir. Um recurso interessante é que nesse ambiente podemos utilizar características da própria parametrização do equipamento que está sendo testado. Podem ser implementadas "curvas" de operação de sobrecorrente, utilização de arquivos ".rio" para relés de distância, slopes para relés diferenciais, ferramentas estas que podem agilizar os trabalhos do profissional responsável.


Segue um exemplo de utilização das características dos parâmetros específicos do relé em teste. Neste caso, o uso do arquivo ".rio".


Publicaremos depois mais alguns posts com algumas dicas de operação dos softwares, na forma de mini tutoriais, para ajudar no entendimento do uso das ferramentas disponíveis.


Como criar um banco de dados no software F6 Test, da Doble Engineering.

É possível criar uma estrutura topológica no F6 Test para facilitar a organização dos testes. Significa montar uma "árvore" de pastas, dividindo os relés por subestação, LT ou equipamento e ainda função no bay. Vamos fazer um passo a passo para conduzir o raciocínio de forma concatenada.

O primeiro desses passos é criar uma base de dados nova, através do menu "Arquivo - Novo". Com isso, surge uma tela para confirmação do lugar onde a base ficará armazenada e qual será o nome atribuído à mesma.


Agora temos a base criada e pronta para ser editada. Clicando com o botão direito em cima do nome da base, que fica no lado esquerdo da tela, é possível inserir os subníveis que determinaram nossa topologia. Para efeito de treinamento, criamos a seguinte hierarquia:


Surge então a necessidade de explicar alguns conceitos importantes do programa, para que a distinção fique clara para o usuário. A navegação é feita através de abas que vão mudando a medida que pontos diferentes do programa são acessados. Na imagem acima, são listadas 4 abas. A primeira traz o conceito de Plano de Testes, que permite separar, por exemplo, testes de comissionamentos de testes de manutenções posteriores. É o primeiro filtro para os testes. A segunda aba permite informarmos os dados sobre a LT e os gráficos de características (impedância, sobrecorrente, diferencial,etc). A terceira aba nos dá a possibilidade de configurar a interface que será usada nos testes, como entradas/saídas físicas ou lógicas e a quantidade de sinais analógicos necessários. A quarta aba é reservada para anotações ou para anexar algum arquivo importante. Essa é a tela da terceira aba, onde podemos verificar as conexões configuradas para os sinais analógicos.


Esta maneira de uso não é fixa, podendo ser adequada a cada caso. A intenção é mostrar que o software permite organizar os testes de forma parecida com a estrutura de pastas e arquivos que os usuários estão acostumados.


Conheça a Conprove Engenharia!

Fundada em 1984, a Conprove foi concebida como uma empresa focada totalmente para a área de sistema de potência, aplicando tecnologia de ponta para suprir o mercado com instrumentos digitais de medidas elétricas e de aferição de dispositivos de proteção. Também oferece cursos de treinamento para desenvolvimento técnico de profissionais, bem como dispõe de uma estrutura de consultores para desenvolver estudos para solução de problemas específicos de engenharia elétrica.

Em seu site (www.conprove.com.br), existe uma documentação vasta e de bastante utilidade para o dia-a-dia dos profissionais de proteção. Na seção de Artigos, estão publicados trabalhos dos últimos 7 anos, apresentados em diversos congressos e seminários técnicos. Já na seção de Tutoriais, são encontrados diversos arquivos para utilização durante testes de relés e outros equipamentos, de vários fabricantes e separados por funções de proteção. Além disso, ainda contam com um fórum para discussão de assuntos e troca de informações. Muito interessante!
 
Vale a pena conferir a qualidade e deixar o site em seus favoritos. Sempre há atualizações e a credibilidade justificam!

Como conseguir o software MiCOM S1 Studio, da Alstom Grid

Hoje publico mais uma dica ref. ao fabricante Alstom Grid. Alguns já conhecem o software Micom S1 Studio, ferramenta imprescindível para trabalhar com os relés das séries 20,30 e 40 da Alstom Grid. Mas alguns não sabem que este programa pode ser obtido diretamente do fabricante e gratuitamente.

É possível se inscrever na página oficial do software,  para, posteriormente, receber um link para o download. São poucos dados, você gasta pouco tempo e tem o benefício de utilizar um software atualizado, receber um e-mail sobre atualizações e os links para os downloads, mantendo o que há de mais moderno em relação ao software em sua máquina.

O link para o cadastro é: http://www.alstom.com/grid/micomrequest/

Quem preferir, pode ir na página do próprio MiCOM (http://www.alstom.com/grid/ms1/) e procurar, no final da página, o link onde está escrito "You can request it by filling out the Contact form."

Bons trabalhos!

Descobrindo o IP do switch Ruggedcom através da porta serial

Com a colaboração do Engº José Pereira, de Teresina-PI, temos uma maneira rápida e eficiente de como descobrir o IP do switch Ruggedcom, fabricante adotado pela maioria dos projetos de sistemas digitais para automação de subestações.

O acesso é feito pela porta serial, através do Hyper Terminal do Windows. É bastante simples e você pode acompanhar o "Como fazer..." pelo vídeo especialmente editado para este tutorial.




Faça um upgrade no currículo com a Energy University, da Schneider-Electric.

A Schneider-Electric, uma das líderes em eficiência energética no mundo, oferece vários cursos gratuitos sobre o assunto.

Através da Energy University, o profissional da área conta com um site repleto de informações sobre tudo o que a empresa trabalha no campo. Uma ferramenta e tanto para promover o aprimoramento e a especialização numa área que tem se mostrado bastante promissora nos próximos anos, visto que a economia no consumo de energia pode promover o uso inteligente dos recursos das empresas e das residências.

Esse é o endereço : www.myenergyuniversity.com

Disponível em diversas línguas, o site é intuitivo e bem prático. O profissional preenche um cadastro e passa a ter acesso à área de treinamentos, pode personalizar sua área de trabalho com seus dados, preferências de idiomas, entre outros recursos.

Os cursos estão disponíveis em vários idiomas e estão listados na aba "Catálogo".

São bem completos e aplicáveis às mais diversas especialidades, como HVAC, Fundamentos de Eficiência Energética, Aspectos econômicos sobre eficiência energética, entre outros. Também é possível encontrar outros cursos se procurarmos no catálogo de cursos em inglês, por exemplo.

Os cursos possuem duração de 20, 30 e até 40 horas. Podem ser feitos com intervalos, ou seja, dá prá estudar em determinadas horas do dia, sem interferir em outras atividades. E claro, possuem certificado da Schneider-Electric após a conclusão do curso, se a nota for superior a 7,0.

Então, aproveitem mais essa oportunidade de aperfeiçoamento disponível e divulguem aos amigos profissionais da área!